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Entenda a Jabulani.
Rennan Lopes
Bola oficial da Copa 2010, na África do Sul, a Jabulani recebeu críticas de jogadores - principalmente goleiros. Produzida pela Adidas, a Jabulani é mais veloz e atinge maior altura que outras bolas, como a Teamgeist, usada na Copa de 2006. Além disso, ela cai de forma mais abrupta e sofre desvios maiores.
O comportamento da Jabulani faz pensar que a bola seja mais leve ou menor que as outras, mas ela tem diâmetro e massa que obedecem aos regulamentos da Fifa - é uma bola 100% oficial. Onde está então o segredo da Jabulani? Na aerodinâmica - e numa característica aerodinâmica que parece contraditória.
A bola da Copa de 2006 tinha a superfície lisa, como a da maioria das bolas de futebol. A Jabulani é toda coberta de ranhuras - um pouco parecidas com os sulcos das impressões digitais. E apesar de normalmente se pensar que objetos lisos são mais aerodinâmicos, as superfícies com irregularidades podem ser melhores para diminuir o arrasto. É por isso que a pele dos tubarões, nadadores velozes, parece uma lixa. E as bolas de golfe se valem de sua superfície cheia de cavidades para voar mais longe.
Irregularidades aumentam o arrasto quando um objeto está em baixa velocidade, mas em alta velocidade provocam a diminuição do arrasto, se tiverem a disposição e as dimensões corretas. Isso acontece porque existem dois tipos de fluxo de ar (ou outro fluido, como a água) em torno de um objeto. Um deles é chamado de laminar, e o outro, de turbulento.
O fluxo laminar provoca menor resistência, o que leva à separação da camada de ar em volta do objeto (camada limite, formada por moléculas de ar aderidas à superfície). Quando ocorre a separação (com o aumento da velocidade), cria-se uma zona de baixa pressão atrás da bola, o que aumenta o arrasto.
Na Jabulani, as ranhuras superficiais ajudam a criar um fluxo turbulento, evitando a separação - e diminuindo a resistência nas velocidades mais altas.
Ela não é a primeira a aproveitar a vantagem aerodinâmica das superfícies rugosas. Outros fabricantes criaram bolas com cavidades semelhantes às das bolas de golfe.
Font : A aerodinâmica da bola de futebol, de C.E. Aguiar e G. Rubini (artigo publicado na Revista Brasileira de Física)
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