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A próxima missão do programa dos ônibus espaciais está sendo ansiosamente aguardada pela comunidade astronômica em todo o mundo. E não é para menos. A missão é completamente voltada aos reparos do telescópio espacial Hubble e tem como objetivo fazer uma verdadeira reforma no mais importante observatório astronômico em órbita da Terra.
A missão de reparos, oficialmente chamada STS-125, será a última viagem que um ônibus espacial fará com destino ao telescópio. Durante as cinco EVAs - atividades extraveiculares - programadas, os astronautas deverão instalar dois novos instrumentos, reparar outros dois equipamentos inativos e realizar uma série de substituições de componentes que farão com que o telescópio continue em operação até 2014.
Durante o conserto do telescópio, um verdadeiro batalhão de engenheiros localizados em diversos Estados americanos estará dando apoio aos astronautas em todas as fases da missão. As principais instruções e comandos, no entanto, partirão do GFSC, Centro Espacial Goddard, da Nasa, onde funciona o Centro de Controle e Operações do Telescópio. Dali partirão os comandos diretamente ligados ao observatório, que permitirão que o equipamento receba as manutenções em pleno espaço.
Como será?
Entre os comandos que serão enviados pelo GSFC estará o fechamento da proteção que envolve os sistemas óticos e o reposicionamento do telescópio para que a nave Atlantis fique corretamente posicionada. Quando o ônibus espacial estiver a apenas 60 metros do Hubble, o Centro Goddard executará uma rolagem no telescópio, o que permitirá que o braço robótico da Atlantis agarre o telescópio e o traga até o compartimento de carga.
Uma vez capturado, os astronautas iniciarão cinco atividades extraveiculares, também chamados passeios espaciais, com duração de seis horas e meia cada uma. Os trabalhos serão realizados externamente sempre por dois astronautas. Um deles será responsável pelas tarefas envolvendo os componentes livres de flutuação acoplados ao Hubble emquanto o segundo trabalhará conectado ao braço robótico Canadarm, que será operado por um terceiro astronauta.
Para manter a segurança e evitar que flutuem para longe do ônibus espacial, os astronautas permanecerão amarrados a um dos cabos que correm ao longo do compartimento de carga. Além disso, o telescópio Hubble foi construído com corrimãos que permitem aos astronautas atingirem partes do equipamento sem correrem riscos.
Novos Instrumentos
A maioria dos componentes do Hubble, especialmente os instrumentos, foi projetada para ser facilmente removida durante as operações de reparos. Durante a missão atual, a principal prioridade será a instalação dos novos instrumentos, entre eles a Câmera de Ângulo Largo 3, WFC3 e o Espectrógrafo de Origens Cósmicas, COS.
A WFC3 será o principal instrumento no estudo da energia e matéria escura, formação das estrelas e descoberta de galáxias extremamente remotas. A câmera tem capacidade de "ver" em três diferentes comprimentos de onda: ultravioleta próximo, visível e infravermelho próximo. Além disso, seus sensores têm uma gama de resposta muito maior que os instrumentos atuais a bordo do telescópio.
A nova câmera será instalada no mesmo compartimento onde hoje está a Câmera Planetária de Ângulo Largo, WFPC2, que será retirada para liberar espaço para o novo instrumento.
O segundo equipamento, COS, é um espectroscópio que "vê" apenas no comprimento de onda ultravioleta, capaz de decompor a luz proveniente de galáxias em evolução ou planetas em formação, permitindo aos cientistas conhecerem os elementos químicos que compõe os objetos. De acordo com a Nasa, o novo equipamento aumentará em 70 vezes a capacidade de observação de objetos muito tênues.
Da mesma forma que a câmera de ângulo largo, O COS será instalado no local de outro equipamento que será substituído. Neste caso a peça a ser trocada será o COSTAR, um dispositivo instalado no Hubble durante a primeira missão de reparos em 1993 e que foi utilizada para corrigir uma imperfeição do espelho principal do telescópio. Desde a primeira missão de consertos, todos os instrumentos trocados já englobavam a tecnologia de correção, assim o Costar não é mais necessário.
Mais Tarefas
Além da instalação dos equipamentos a missão deverá substituir os giroscópios e os escudos térmicos do telescópio, além de fazer reparos e upgrades eletrônicos nos instrumentos. Entre os reparos essenciais está a Câmera Avançada de Pesquisas, ACS e Espectrógrafo Imageador STIS, parcialmente parados desde 2007 devido a um curto-circuito. A ACS é a uma das principais câmeras do Hubble e é a responsável pelas mais belas imagens captadas pelo telescópio. De acordo com a Nasa, o conserto desses dois equipamentos é comparado a uma verdadeira cirurgia cerebral, tamanha a complexidade e delicadeza da operação.
Conheça a tripulação
A missão STS-125 será comandada pelo veterano astronauta Scott Altman, auxiliado pelo novato piloto Gregory Jonhson. De acordo com a Nasa, a previsão de lançamento da missão será no dia 11 de maio, porém a data poderá ser alterada para dia 13 ou 22 de maio, dependendo das condições do tempo.
Veja abaixo quem irá ao espaço e quais serão suas tarefas na missão.
Scott Altman - Comandante. Capitão da marinha americana nasceu em 15 de agosto de 1959. É engenheiro aeronáutico e Ph.D. em ciências espaciais. Tem experiência de 840 dias no espaço.
Gregory Jonhson - Piloto. Capitão da marinha americana e bacharel em ciências espaciais.
Michael Good - Especialista de missão, é coronel da força-aérea americana e mestre em ciências aeroespaciais.
Megan McArthur - Especialista de missão e operadora do braço robótico. Nasceu em 1971 no Havaí. Bacharel em engenharia espacial e Ph.D. em oceanografia. Trabalhou como CAPCOM (comunicadora de cápsula) durantes as missões dos ônibus espaciais e Estação Espacial Internacional.
John Grunsfeld - Especialista de Missão e líder das atividades externas. Mestre em ciências e Ph.D. em filosofia com especialização em física. Grunsfeld é veterano dos vôos espaciais. Já permaneceu mais de 1080 horas no espaço, realizando 5 passeios espaciais.
Michael Massimino - Especialista de Missão e atividades externas. Bacharel em Engenharia industrial e Ph.D. em engenharia mecânica. Possui 240 horas no espaço e duas atividades extraveiculares no currículo.
Andrew Feustel - Especialista de Missão e atividades externas. É mestre em ciências da Terra e Ph.D. em ciências geológicas, com especialização em sismologia. Essa é sua primeira missão ao espaço.
Fonte: APOLO 11
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